sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O casal - ou - Os desconhecidos

Eles não se cruzam nas ruas
Os bailes que freqüentam são distantes
As conversas sem encaixe -

- um pergunta, o outro também, enquanto um responde o que o outro não perguntou.

Cada um tem sua música – e isso não dividem!
‘Cinema é lugar de ir sozinha’
Os livros? Nem se fale... um lê o outro finge

Mas nas fotos há eles
Lado a lado
Fui sempre casal e não sabia?

Nas impressões dias de sol
Era ele? É, era ele.
Sem tirar nem pôr

O casal se cruzava justo ali
Na solidão, nos feriados, nas férias, nos carnavais.
Aos domingos, nos dias pobres, quando não querem nada mais.

Quando não sobra tempo para nada
Mas é preciso fazer algo
Quando a companhia alheia já não basta
E é preciso não se sentir só
Quando o sol clareia o mar
E é preciso se ter amor.

É casal
Sem falas, nem complicações
É eterno
Se alimentam de paixões
É casal
Das aparentes distâncias - das vastas saudades
É eterno
Matam cada uma aos beijos, suores e olhares

Ô casal desconhecido.
Ô casal casado.
Ô casal amigo.
Ô casal namorado.
.
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.
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Um comentário:

Anônimo disse...

"Eduardo e Mônica eram nada parecidos, ela era de leão e ele tinha dezesseis"

essa necessidade transcedental atropela a racionalidade óbvia e nos impõe o sentimento...

(e é bom)