quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Silêncio de um minuto

"Luto preto é vaidade
Neste funeral de amor
O meu luto é saudade
E saudade não tem cor"
Noel Rosa
É pouca a idade, mas muitas as saudades.
Listo as minhas, em busca de cura,
Por lembrar – só por lembrar!
Mas sei que a saudade perdura...

Cheiro de baunilha,
tule, sapatilha,
teatro na sala,
rodopio,
aplausos da vó,
tio e tia.
Aurora, Marculina,
lírios e presságios.
Contos sempre contados,
outrora escutados.
Chácara, Taigra,
poemas, vaziu,
recreio,
bugigangas,
tudo o que se viu.
Bala de goma, croissant,
loiras e morenas.
Éramos seis
com eles infindos!
Éramos bons amigos.
Festas, formaturas,
brigas, injúrias.
Éramos crianças por tudo,
– acima de tudo!
De vestidos e bermudas,
crescendo com as andanças,
pulando o muro.

2 comentários:

Caroline Devidé disse...

saudades eh bicho preso dentro de cada um.

Denise Godinho disse...

Não tem jeito, todo mundo tem saudade de alguma coisa ou algum momento. Saudade da infância, e não tem como algum cheiro ou gosto ativar a memória. Lygia Fagundes Telles uma vez escreveu: "O Olfato tem uma memória memorável". Quando eu sinto gosto de bala de goma, e cheiro de pé de moleque, sou transportada imediatamente para os meus tempos de rodopios, tules e saiotes e aplausos da família.